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Caetano diz que intelectuais não dão valor ao pagode baiano

No final da tarde desta quinta-feira, 14, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso reuniu a imprensa em uma entrevista coletiva para falar do seu novo trabalho 'Zii e Zie'. Em Salvador, o show já tem dia reservado na agenda, será no dia 5 de junho, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA).

Sempre muito polêmico e questionador, Caetano aproveitou o encontro para falar da importância do dia 13 de maio para o Brasil, quando se comemora a abolição da escravatura, que além de servir como tema é título de uma das canções do músico. O cantor também rendeu críticas a americanização do debate racial no Brasil.

Outro assunto também questionado por Caetano é a urbanização desgovernada na Bahia. Ele criticou a aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), que permite prédios de até 20 andares na Orla de Salvador, resaltando os cuidados ambientais que parecem que foram esquecidos.

Em relação a música baiana, Caetano fez uma crítica aos intelectuais e estudiosos, que, para ele, não dão o devido valor ao pagode. Segundo o cantor, o ritmo resgata o samba chulo de origem africana e de grande importância para o Estado. "Eu gosto muito do Carnaval da Bahia. Atrás do trio só não vai quem já morreu até o cole na corda", diz o artista.

Na primeira apresentação da turnê, que aconteceu na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, Caetano surpreendeu a plateia logo no começo do show com um mix de músicas que marcaram o verão baiano - 'Cole na corda', da banda Psirico, lidera pelo cantor Márcio Victor, e 'Tem de ser viola' e 'Kuduro', ambas do grupo Fantasmão. O show se repetiu durante o sábado e domingo, 9 e 10, no espaço Canecão.

Para a apresentação em Salvador, o cantor disse que ainda não pensou no show. Quando questionado se haveria alguma surpresa para o público, Caetano respondeu que as supresas sempre surgem quando menos se espera.

Neste fim de semana, o show volta à estrada para seguir a agenda do mês de maio. Nesta sexta, 16, Caetano estará em Brasília (DF), depois segue para Belém (dia 23), Maceió (27), Fortaleza (29) e Juazeiro do Norte (30).

Caetano está acompanhado da mesma banda de Cê, seu elogiado disco anterior: Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria).

in http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=1146265

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