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Alexandre Peixe "Sou um compositor que por acaso virou cantor"
Que a Bahia é a terra da alegria e de artistas de sucesso todo mundo já sabe. Mas a cada Carnaval, o reduto da folia nos surpreende ainda mais. Alexandre Peixe, 32 anos, surgiu despretensioso no rol dos cantores baianos. Com cinco anos de carreira como cantor e 16 anos de estrada compondo para grandes nomes do Axé como Asa de Águia, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo e Claudia Leitte, esse aquariano define sua carreira em uma palavra: Perseverança!
Em um bate-papo descontraído, Peixe, como é mais conhecido, conversou com a Contigo!. Por telefone, ele contou que estava no Estúdio Base, em Salvador, concluindo a gravação instrumental das músicas, Você Não Merece e Meu Gol de Placa, que tem a participação do cantor Latino. "Só um instante... Eu só vou sair do barulho do estúdio para te atender melhor". E foi com toda essa atenção e simpatia que ele abriu o jogo e revelou algumas surpresas que vão rolar no seu Harém durante o Carnaval.
Do Rock para o Axé
Alexandre Peixe nunca se imaginou animando grandes públicos como cantor, mas a vida sempre o conduziu para o caminho da música. Peixe declara que seu apreço por música vem do pai Sinval Vasconcelos, já falecido. "Lá em casa era música 24 horas por dia. Meu pai era um apaixonado, ouvia muita MPB, Roberto Carlos, Chiclete com Banana, Luis Caldas, entre outros, era uma mistura muito boa". Aos 16 anos, o garoto formou uma banda em parceria com os colegas da escola, que todos os anos participava de festivais de música promovidos pelo colégio. "Foi uma época incrível, nós tocávamos de tudo, menos axé, nossa pegada era Guns N Roses, Bon Jovi, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho, mas eu nasci na Bahia e não tem como fugir por muito tempo das raízes".
Garoto de Sorte
O destino sempre foi muito generoso com Peixe. Por várias vezes a sorte bateu em sua porta e ele sempre a agarrou com unhas e dentes. Em 1993, uma de suas composições, Cadê Você, gravada pelo cantor revelação da época, Ricardo Chaves, no CD Clareia. "Foi tudo por acaso, eu e a prima do Ricardo, Emília, estudávamos na mesma escola e um dia ela me viu tocando violão e sugeriu que eu escrevesse uma música e mandasse para o Ricardo, como eu não tinha nada a perder, eu mandei e ele gravou a minha composição, daí não parei mais". Em 2006, foi a vez do Chiclete com Banana apostar no talento de Peixe. A banda gravou o hit Nanaê, que virou sucesso na boca do público. Desde então, o Chiclete gravou mais de 20 composições de Alexandre como Voa Voa, 100% Você, Não Vou Chorar e A Fila Andou.
Cantor por acaso
Alexandre Peixe só despontou há 5 anos como cantor profissional e mais uma vez foi a sorte que o conduziu. "Eu sempre cantei no amadorismo, mas há 5 anos eu fui convidado para me apresentar na festa de comemoração dos 20 anos do Axé. Lá, eu toquei as minhas composições que foram gravadas por grandes artistas da Bahia. Foi muito legal pois fizemos homenagens para os ícones do Axé, como Sara Jane. Lá estava uma galera do Grupo Notável (Empresa que faz produções para muitos artistas na Bahia). Eles me chamaram para fazer parte da empresa com o nome Peixe e eu aceitei". Desde então ele não parou mais e só cresce no cenário da música baiana.
Cantar ou compor? Eis a questão!
A vida profissional dupla anda exigindo muito de Peixe. Hoje, mais do que nunca, ele encara suas composições com o olhar de intérprete e confessa que agora tem ciúmes de suas músicas. "Tudo o que faço eu busco sucesso. Ainda estou conseguindo conciliar a vida de compositor com a de cantor, mas compor não é mais o meu foco. A tarefa não é fácil, agora é bem mais complicado. Quando eu faço uma música boa é claro que quero gravar, mas tento colocar os pés no chão e ter a sensibilidade para perceber se a música combina ou não comigo. Geralmente quando termino uma canção eu já sei na boca de quem vai ser sucesso".
Tudo junto e misturado
Procurando inovar, Peixe vai além da mistura de ritmos do Carnaval. Ele sempre promove parcerias musicais inusitadas. Frequentemente ele divide o palco com a dupla sertaneja Jorge & Mateus e recentemente Alexandre gravou a música Gol de Placa em parceria com o cantor Latino para a Copa do Mundo. "Eu sempre vou levantar a bandeira das parcerias à parte do Carnaval, pois isso dá um tempero especial para os shows. Há três anos isso não existia em Salvador, eu lancei a ideia e junto com o Jorge & Mateus fizemos um show de sertanejo com pegada de axé. A galera foi ao delírio e com a resposta positiva do público, não parei mais". Além de J&M, Peixe também já cantou com Edson e Hudson, Maria Cecília e Rodolfo e Dani Carlos. "A mistura é muito boa e tem a vantagem de que eu e os meus parceiros mesclamos os públicos e os fãs. Essa visibilidade é importante".
Festival de Verão de Salvador
"Há dois anos eu participei pela primeira vez do Festival de Verão, mas foi em uma tenda que é chamada de Concha. Este ano foi a primeira vez que toquei no palco principal e foi muito bom. Fiquei feliz que os meus amigos Jorge & Mateus tiveram essa oportunidade e mais feliz por dividir o palco com eles. As coisas acontecem aos poucos e logo terei a minha oportunidade de mostrar meu trabalho no Festival".
Preparado para maratona
Todo mundo sabe que cantar em um trio elétrico é uma verdadeira maratona e exige muito preparo físico e cuidados especiais com a saúde. E com Alexandre Peixe não é diferente, o cantor trabalha com uma equipe especializada para que durante a folia nada comprometa seu desempenho. "É preciso mudar sim os hábito perto do Carnaval. Eu tento intensificar meus treinos na academia, como mais carboidratos e evito comidas muito pesadas. No Carnaval, chego a perder até 2 kg. Eu conto com o auxílio da Valéria Leal, minha fonoaudióloga que realiza um trabalho antes, durante e depois de cada circuito, ela fica comigo o tempo inteiro. Uma médica ortomolecular e uma otorrinolaringologista também me acompanham para nada dar errado".
O Harém de Peixe
Há quatro anos, o Bloco Harém inovou os conceitos de camarote no Carnaval de Salvador. Diferente dos demais Blocos, no Harém de Alexandre Peixe apenas os homens compram os abadás e as mulheres são convidadas, tornando o ambiente propício para a paquera, os marmanjos se sintam verdadeiros árabes. "O Bloco sai na quinta-feira de Carnaval (17/2), esse é o meu segundo ano à frente do Harém. A única coisa que vou adiantar para os fãs é que este ano o bloco estará recheado de tudo o que é bom! (risos). Este ano também estarei em um bloco novo, o Open Barra, que sai no sábado (13/02), no circuito Barra-Ondina. Nesse bloco não é vendido abadá, mas terá um garçom servindo os foliões durante o circuito, vai ser massa!", completou.
in http://contigo.abril.com.br/entrevista/alexandre-peixe-533136.shtml
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